Comove-me, sempre que a leio, a história de Rute. Desta vez, não foi diferente. O desenrolar dos fatos me causa admiração. E um ou outro aspecto sempre me cativam. E me despertam.
Você já percebeu que, na Bíblia, narram-se vários episódios em que uma família ou o povo de Deus recorre a um país estrangeiro para buscar alimento ou abrigo ou socorro? Curioso é que, segundo o que ouvimos, esta atitude de buscar algo em um país estrangeiro significa uma transgressão do povo, embora, nem sempre tenha sido realmente assim...
Se é difícil para Você acreditar no que digo, responda-me: quem foi que encaminhou o povo de Israel para o Egito, através de um tempo de fome que durou sete anos e afligiu toda a Terra? Quem foi que enviou José antes do povo todo, para lhes preparar morada, mantimentos, trabalho? E o que Você pode me dizer sobre José e Maria terem se refugiado no Egito, para proteger o pequeno Jesus da fúria de Herodes?
Percebe que foi Deus, naquelas ocasiões, quem os enviou a um país estrangeiro? Tenho compreendido que não é ir buscar algo em um país estrangeiro que se constitui em transgressão à vontade de Deus. Tanto ir como ficar podem representar transgressão, que o diga Jeremias! Às vezes, Deus quer que o povo vá. Outras vezes, quer que fique. Afinal, Deus pode querer o que quiser... Transgredir à Sua vontade é não se mover conforme Ele próprio quer, como Ele próprio Se move. Seria como se o povo de Israel, no deserto, visse a nuvem de Deus se deslocando para a esquerda e decidisse ir para a direita. Parece absurdo, não é mesmo? É claro que nunca fazemos isso (não fazemos mesmo?). O que está claro para mim é que, ainda hoje, pecamos quando não nos movemos dentro da vontade de Deus, que tanto pode nos mandar ir, como pode nos mandar ficar.
No caso de Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom, a Bíblia não deixa claro se Deus queria que eles fossem ou não buscar pão
Certo é que Deus Se moveu naquelas circunstâncias. Elimeleque, Malom e Quiliom morreram em Moabe... nunca mais voltaram à casa do pão, pessoalmente. Mas, sua família voltou para lá, na pessoa de Noemi, a amarga, e de Rute, a doce Rute.
Por vezes, é muito difícil compreender como se desenrolam os fatos de nossa existência. Por vezes, dói muito em mim e nos profetas do Senhor que tanta gente esteja morrendo de fome, hoje, exatamente na Casa do Pão. Sim, porque a Igreja é, hoje, a Casa do Pão, o lugar de suprimento para todo aquele que tem fome, para que venha e coma do Pão da Vida. E entenda Igreja como o conjunto daqueles que crêem em Jesus como Salvador e vivem debaixo do Seu senhorio, buscando Seu Reino em primeiro lugar. Não pense em prédios ou estruturas. Muitos, hoje, mesmo sendo ou tendo contato com a Igreja de Jesus, morrem de fome ou saem correndo em busca de alimento em outros lugares... Neste caso, no entanto, não o encontrarão em lugar algum.
Estas e muitas outras coisas, por vezes, nos são incompreensíveis... mas me causa um profundo respeito pelo meu Senhor o fato de que Ele controla todos os acontecimentos, seja na vida pessoal, seja na coletividade.
A jovem Rute tinha dentro de si uma impressionante determinação. Seu coração havia sido seduzido pelo Deus de Malom, seu marido, a tal ponto que, mesmo após ter morrido aquele que a apresentara a Deus, mesmo assim ela quis desesperadamente continuar com este Deus. Suas declarações a Noemi tem sido usadas como votos em casamentos, porque falam de uma decisão consciente de deixar para unir-se. Rute desejava sinceramente deixar os deuses de seus pais para unir-se ao Deus de Malom e Noemi, o Único Deus Verdadeiro.
Já o favor de Deus se manifestava sobre ela, tornando-a apaixonada e corajosamente determinada a morrer para permanecer nEle. Já a Graça entrava em sua vida, capacitando-a a DECIDIR, em correspondência com o Espírito do Senhor no desenrolar do plano imutável de Deus. Sim, afirmo sem temor que Deus já a sonhara como bisavó de Davi, como ascendente de Jesus. E que o Seu Espírito a preparava para isso e, na medida
Olhando assim, posso enxergar que não foi um mero acaso que levou Malom a Moabe. Olhando assim, posso enxergar que Rute não entrou na propriedade de Boaz por casualidade. “Acaso” e “Casualidade”, nestes casos, devem ser reconhecidos por nós como o agir do Senhor Espírito Santo para cumprir a Vontade Soberana do Pai.
Que a Graça de Deus nos capacite a nos posicionarmos de uma forma tão decidida como Rute, a moabita que gerou “os pais” de Jesus, e a não “largarmos” de Deus, ainda que pensemos ter motivos para isso. Que sejamos seduzidos pelo Senhor e nossos corações se liguem ao dEle de tal forma que não nos seja possível viver fora dEle. Que, como Moisés, possamos clamar que o Senhor não nos faça avançar (ou ficar parados) se Sua Presença não estiver conosco.
Que isso seja verdade para o Corpo de Cristo, que não pode andar por aí como se fosse uma “mula sem cabeça”, mas precisa ouvir e corresponder com O Cabeça em tudo; e que seja verdade, com a mesma força, na vida de cada pequeno membro deste Corpo, cada filho de Deus:
que somente nos movamos ou fiquemos parados dentro da vontade do Pai.
E (ai!) que cessem os julgamentos precipitados que fazemos quando um filho de Deus se move para algum lugar que consideramos inadequado... que nossa oração por todos os irmãos seja que, quer vão, quer fiquem, estejam dentro de Deus, com Jesus. Os resultados disso sempre nos surpreenderão!
AAAAAAiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Jackeline Sarah
19/01/09
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